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Brincar Sem Estereótipos

Um menino e uma menina brincando juntos de casinha, representando a importância de brincar sem estereótipos.
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Brinquedos deveriam ser divididos por tipo, não por gênero. Os brinquedos para meninos geralmente são “ativos”, pedindo algum tipo de “ação” — trens, carrinhos —, e os brinquedos para meninas geralmente são “passivos”, sendo a imensa maioria bonecas. Tais estereótipos podem restringir o potencial das crianças, sendo crucial encorajar a autonomia e a experimentação desde cedo, permitindo que desenvolvam suas habilidades sem limitações. Brincar sem estereótipos, como divertir-se com carrinhos, ajuda a desenvolver habilidades motoras finas, entender as relações espaciais, reconhecer formas e cores, aprender a relação de causa e efeito além de trabalhar a imaginação e a cognição.

 

Por outro lado, brincadeiras de faz de conta como brincar com bonecas são importantes para todas as crianças, incluindo meninos. Um estudo realizado por pesquisadores da Cardiff University, no Reino Unido, observou que o sulco temporal superior posterior, uma região do cérebro associada ao processamento social e à empatia, é ativado quando as crianças brincam com um parceiro social, independentemente de a brincadeira ser com boneca ou tablet. Contudo, ao brincar sozinho, esta região está mais envolvida durante a brincadeira de boneca do que com o tablet, o que sustenta as descobertas comportamentais que a brincadeira de faz de conta apoia o processamento social e o raciocínio empático.

 

Dessa forma, é necessário possibilitar que os pequenos se divirtam com o que quiserem, deixando a criança livre para escolher a sua brincadeira. Os brinquedos são aliados fundamentais no processo do desenvolvimento infantil, sendo que uma ampla variedade de experiências lúdicas é claramente importante para o desenvolvimento cognitivo, motor, criativo e social das nossas crianças.  A questão do brincar é tão séria, que o direito ao “brincar, praticar esportes e divertir-se” está garantido no Estatuto da Criança e do Adolescente. Precisamos ver cada criança de maneira individual com objetivo de dar plenas condições para o desenvolvimento de todo o seu potencial, pela melhor versão de cada um.

 

Fonte:

Hashmi S, Vanderwert RE, Price HA
and Gerson SA (2020) Exploring the
Benefits of Doll Play Through
Neuroscience.
Front. Hum. Neurosci. 14:560176hg.
doi: 10.3389/fnhum.2020.560176